sábado, 12 de dezembro de 2009

Palace Hotel da Curia

Tirado do SkyscraperCity,de um texto do Prof Godin,segue a citacão:

«A aquisição do Palace Hotel por Alexandre de Almeida, em Outubro de 1921, veio revolucionar a arquitectura do edifício e a própria dinâmica turística da Curia.

As obras de remodelação do Palace Hotel das Curia, da autoria do arquitecto Norte Júnior, decorreram entre 1922 e 1926, realizando uma hábil integração dos antigos edifícios.

Os trabalhos começaram pela construção de uma ala que fechou o U formado pela planta e valorizou consideravelmente a fachada que dava para a avenida da Estação. Esta obra estendeu-se até 1924. Nos dois anos seguintes, a edificação do corpo norte, com a entrada nobre, veio redimensionar a perspectiva e monumentalidade do edifício, (Cristina Simão, 1998).

Norte Júnior era já no inicio da década de 20 um arquitecto de renome, com importantes projectos na cidade de Lisboa: Casa Malhoa/ Museu Anastácio Gonçalves (1905), mais tarde atribuído o Prémio Valmor, Voz do Operário (1913) e da mesma data do arranque do projecto do Palace, o Café "A Brasileira" (1922)

As observações gerais efectuadas por José Augusto França à generalidade do seu trabalho aplicam-se com singular propriedade, a este hotel: «corrente afrancesada de luxo», «fachadas que estilizavam ordens clássicas», «não desdenhava incursões na "arte déco". Para M.Ludovice Paixão: «O edifício revela um compromisso - caracterizador da obra do arquitecto - entre a arquitectura ecléctica, de tradição académica, e a Arte Nova, usada de forma contida, num epidérmico sentido decorativo, em vitrais, ferros forjados, ornatos escultóricos inspirados em motivos vegetais, linhas (...) ondulantes»

O Palace Hotel da Curia reflecte o gosto do arquitecto pelas composições assimétricas, facto patente nos dois torreões da fachada principal, que apresentam volumetrias diferentes. Mas esta característica pode relacionar-se também com a necessidade de articulação com os blocos pré-existentes.

Os requintes decorativos observam-se nos trabalhos de cantaria e de estuque, nas colunas de inspiração clássica, nos ferros forjados, nos vitrais, etc. O amplo hall de entrada é marcado pela magnífica escadaria em caracol, pelo elevador e pela elegante varanda do andar superior. O cuidado de Norte Júnior chegou aos pormenores, como é o caso do relógio Paul Garnier, que consta dos alçados desenhados por si, (Cristina Simão, 1998)

Em 1928 é construída, nos terrenos do Palace Hotel a Capela de Nossa Senhora do Livramento e a garagem do Hotel

A Garagem

È conhecida a apetência para o desporto que as termas da Curia sempre possuíram e durante muitos anos vão possuir, ciclismo, basquete, ténis e mais tarde a natação, dando o Palace o primeiro e decisivo impulso ao encomendar o projecto de uma piscina de dimensão olímpica ao arquitecto Raul Martins.

A inauguração da Piscina Paraíso em 1934 marcou assim o apogeu da actividade desportiva do Palace Hotel que desfrutou nesta década de uma justa repercussão nacional. Tratou-se da primeira piscina de dimensão olímpica em Portugal (que na época correspondia a 33x18 metros).

O projecto de Raul Martins inseria-se num linha arquitectónica modernista. Assumindo a configuração estilizada de um transatlântico, a piscina estava provida de um vasto conjunto de serviços e equipamentos: torre de saltos, bancadas, solários, restaurante, bar, dancing, chuveiros, duches e banhos de imersão de água quente e fria, cabines para senhoras e cavalheiros, gabinetes privados para massagens, cabeleireiro, barbeiro, manicure e rouparia (Cristina Simão,1998)»

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